Apolítica europeia em relação à China exige um equilíbrio inteligente entre o respeito pelos valores da democracia e os interesses económicos. É uma questão complexa, que toca no quotidiano dos cidadãos europeus. Basta olhar para o mapa das ligações ferroviárias - prevê-se 5 mil viagens de comboios de mercadorias em 2021 - ou para as cartas marítimas que mostram os itinerários dos navios de carga, para entender a interdependência existente entre a Europa e a China. Nós precisamos de importar o que não produzimos - ou deixámos de produzir. Os chineses precisam dos nossos mercados para garantir níveis elevados de crescimento económico, um dos pilares da estabilidade interna e da continuidade do regime.
Esta interdependência aumentou espetacularmente desde a chegada ao poder de Xi Jinping em 2013. Faz parte da sua estratégia. E a tendência é para que se acentue nos próximos anos. Para além dos investimentos mútuos e da compra crescente pelos ocidentais de ações e obrigações do tesouro chinesas, note-se que o corredor económico é cada vez mais diverso. Umas linhas passam pela Sibéria russa, outras pelo Cazaquistão.
As ruturas que se verificam atualmente, aqui na Europa, nas cadeias de fornecimento de matérias-primas ou de produtos acabados produzidos na China e a escalada dos custos de transporte de um contentor de um porto chinês para um europeu dão-nos já um sabor amargo do que poderia acontecer se houvesse uma disrupção a sério, por motivos de desentendimento entre as partes ou por imposição de sanções mal pensadas.
Num mundo profundamente interconectado, não se pode pensar a geopolítica e tomar decisões estratégicas seguindo modelos do passado nem vendo o mundo como um cenário a preto e branco. Os americanos optaram por uma rota de confronto. Deste lado do Atlântico, essa opção afigura-se como uma escolha perigosa e contrária aos nossos interesses. Razão pela qual a Europa não pode nem deve copiar Washington.
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